Boletim Informativo FAHM

Retrospectiva
Em relação à economia internacional, a China divulgou que o PIB cresceu 6,8% no terceiro trimestre em relação a igual período do ano passado, enquanto a produção industrial e vendas do varejo avançaram mais do que o esperado em setembro, com altas de 6,6% e 10,3%, respectivamente. Por outro lado, as vendas de imóveis recuaram 2,4% em setembro, em relação ao ano anterior.
No Japão, o índice de atividade industrial subiu para 105,1 pontos, alta de 0,1% em relação a agosto. A bolsa nipônica manteve uma sequência de pregões em alta, diante da expectativa de vitória folgada nas eleições governistas, confirmada neste final de semana com a manutenção de 2/3 dos 465 assentos na câmara baixa do parlamento japonês pela coligação do primeiro-ministro Shinzo Abe. Na zona do Euro, as tensões políticas envolvendo o governo espanhol e a Catalunha se intensificaram, após o primeiro-ministro Mariano Rayol anunciar intervenção no governo regional catalão e a consequente suspensão parcial de sua autonomia. Rayol anunciou também a antecipação das eleições regionais, que deverão ser realizadas em até seis meses.
Em relação ao bloco europeu, a cúpula da União Europeia reuniu-se em Bruxelas para uma conferência. A primeira-ministra britânica, Thereza May, se esforça em reiniciar as negociações sobre o acordo de separação, oferecendo maiores concessões para os cidadãos do bloco preocupados com seus direitos no Reino Unido após o “Brexit”. Nos EUA, Donald Trump disse que deve escolher o presidente do Federal Reserve até o princípio de novembro. Entrevistou alguns candidatos e até Janet Yellen, atual titular detém o mandato em fevereiro de 2018, porém demonstrou inclinação pelo atual diretor Jerome Powell.
O Senado americano aprovou, por 51 votos favoráveis e 49 contrários, uma resolução orçamentária que abre espaço em direção à reforma tributária pretendida por Donald Trump. O corte de impostos impulsionará a economia norte-americana, principalmente os setores de construção e indústria, mas pode elevar os déficits orçamentários em até US$ 1,5 trilhão em 10 anos. Com o aval do Senado, Trump precisará apenas de maioria simples na Câmara dos Representantes para aprovar seu plano tributário, que prevê redução de impostos para empresas e para a faixa mais alta de renda de pessoas físicas.
Nos mercados de ações internacionais, enquanto o Dax, índice da bolsa alemã permaneceu estável e o FTSE-100, da bolsa inglesa, recuou -0,16%, o índice S&P 500, da bolsa norte-americana valorizou 0,86% e o Nikkey 225, da bolsa japonesa, 1,43%.
Em relação à economia brasileira, foi divulgado que a atividade econômica recuou em agosto, após dois meses de alta. O chamado índice de atividade econômica do Banco Central (IBC-Br) recuou 0,38% em agosto, na comparação com julho. Porém, quando comparado com agosto de 2016, o índice aumentou 1,64%. Dos indicadores parciais de inflação, destaque para o IPCA-15 que acelerou para 0,34% em outubro, na comparação com setembro que havia acelerado 0,11%. O resultado veio em linha com as expectativas do mercado.
No campo político, destaque para a decisão do Senado que derrubou, por 44 votos a 26, a decisão da Primeira Turma do STF que havia determinado o afastamento de Aécio Neves do mandato. Com a decisão, Aécio retoma suas funções no Senado Federal. Ainda no campo político, por decisão da maioria da Comissão de Constituição e Justiça – CCJ da Câmara dos Deputados, foi rejeitado o prosseguimento da segunda denúncia contra o Presidente Michel Temer. Agora, caberá ao plenário da Câmara a palavra final, em votação marcada para esta semana.
Para a bolsa brasileira, foi uma semana de baixa, com o Ibovespa recuando 0,78% e acumulando alta de 26,84% no ano e de 19,16% em doze meses. O dólar, por sua vez, avançou 0,83%, reduzindo a variação negativa para 2,33% no ano. O IMA-B Total, por sua vez acelerou 0,53% na semana, acumulando alta de 14,13% no ano.
Comentário Focus
No Relatório Focus publicado hoje, a média dos economistas que militam no mercado financeiro estimou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subirá 3,06% em 2017, frente à expectativa de 3,00% na semana anterior. Para 2018 a estimativa é que suba 4,02%, como na semana anterior.
Para a taxa Selic, o relatório informou que, para o fim de 2017, a média das expectativas situou-se em 7%, como na pesquisa anterior e para o final de 2018 também em 7%, como na última pesquisa. Já para o desempenho da economia previsto para este ano, o mercado estima a evolução do PIB em 0,73%, frente a 0,72% na pesquisa anterior, e para 2018 estacionou em 2,50%.
Para a taxa de câmbio, a pesquisa mostrou que a cotação da moeda americana estará em R$ 3,16, no fim de 2017, frente a R$ 3,15 na pesquisa anterior e para o final do próximo ano em R$ 3,30, como no último relatório.
Para o Investimento Estrangeiro Direto, as expectativas são de um ingresso de US$ 75 bilhões em 2017. Para 2018, as estimativas foram elevadas para um ingresso de US$ 80 bilhões.
Perspectiva
Na agenda internacional desta semana está prevista a divulgação, nos EUA, Do PIB relativo ao terceiro trimestre, que deve trazer novas sinalizações sobre o nível de recuperação da maior economia do mundo. Ainda na pauta externa, destaque ainda para a divulgação de PMI’s nos EUA e Europa, e dados do PIB do Reino Unido.
No Brasil, destaque para a penúltima reunião do COPOM deste ano. É amplamente esperada pelo mercado uma redução do ritmo de corte na taxa Selic, que deverá recuar 75 pontos-base para 7,50% ao ano. Ainda na agenda doméstica, será divulgado o resultado fiscal do governo central de setembro.
Do lado da política, o centro das atenções fica para a votação da segunda denúncia contra o Presidente Michel Temer no plenário da Câmara dos Deputados. As expectativas são de que a peça seja rejeitada pelos parlamentares na quarta-feira, em decisão não tão folgada quanto na denúncia anterior, em meio a uma agenda negativa que poderá afetar a capacidade do governo em conduzir alguma agenda de reformas em novembro, antes do recesso parlamentar.
Entendemos que, dado o expressivo avanço já ocorrido com os índices que referenciam os fundos de investimentos em títulos públicos, nos meses recentes, por conta da queda da inflação e da redução da taxa Selic, o momento é de realização dos lucros obtidos com as aplicações de longuíssimo prazo.
Permanecer com uma exposição no vértice de longuíssimo prazo neste momento de ainda grandes incertezas, pode não representar ganhos expressivos em função do fator risco a ser incorrido. Assim, recomendamos uma exposição de 30% no vértice de longo prazo, representado pelo IMA-B Total.
Para os vértices médios (IMA-B 5, IDkA 2A e IRF-M Total) mantemos a nossa recomendação de uma exposição de 10%. Os recursos saídos do longuíssimo prazo deverão ser migrados para as aplicações em fundos DI, cuja alocação agora sugerida é de 30%. Lembramos que para evitar o desenquadramento aos limites da Resolução CMN nº 3.922/2010, o percentual máximo de alocação em fundos enquadrados no Artigo 7º, Inciso IV é de 30%. A estratégia ora recomendada mantém a perspectiva de bom retorno ao mesmo tempo em que reduz o risco total da carteira.
Permanece a recomendação de que, com a devida cautela e respeitados os limites das políticas de investimento é oportuna a avaliação de aplicações em produtos que envolvam a exposição ao risco de crédito (FIDC e FI Crédito Privado, por exemplo), em detrimento das alocações em vértices mais longos. A atual escassez de crédito para a produção e o consumo tem gerado prêmios de risco, que possibilitam uma remuneração que supera as metas atuariais.
Quanto à renda variável, passamos a recomendar a exposição máxima de 30%, por conta da crescente melhoria das expectativas com a atividade econômica no próximo ano, que deverá refletir em um melhor comportamento dos lucros das empresas e, portanto, da Bolsa de Valores. Assim, já incluídas as alocações em fundos multimercado (5%), em fundos de participações – FIP (5%) e em fundos imobiliários FII (5%), a alta na parcela de renda variável para 30%, considera que a alocação em ações passou de 10% para 15%, diminuindo-se para 30% as alocações em renda fixa de curto prazo.
Por fim, cabe lembrarmos que as aplicações em renda fixa, por ensejarem o rendimento do capital investido, devem contemplar o curto, o médio e o longo prazo, conforme as possibilidades ou necessidades dos investidores. Já as realizadas em renda variável, que ensejam o ganho de capital, as expectativas de retorno devem ser direcionadas efetivamente para o longo prazo.