Retrospectiva
Permanece o impasse em relação à votação da PEC da reforma da Previdência. Conforme os analistas políticos, será mais difícil ainda a aprovação do texto se a votação for deixada para 2018. Então, o prazo limite para a votação neste ano seria o dia 15 de dezembro, na medida em que na última semana antes do recesso, em 22 de dezembro, é dedicada às votações do Orçamento do próximo exercício.
No setor externo, na zona do euro, a taxa de desemprego em outubro foi de 8,8%, um décimo abaixo da do mês anterior. Já a inflação do consumidor, avançou de 1,4% em outubro, para 1,5% em novembro, embora os analistas a estimassem em 1,6%.
Nos EUA, a segunda revisão do PIB do terceiro trimestre mostrou que a economia cresceu a um ritmo anual de 3,3%, portanto acima do cálculo de 3% da primeira estimativa e da estimativa de 3,2% da maioria dos analistas.
Nos mercados de ações internacionais a semana foi de altas e baixas. Enquanto o Dax, índice da bolsa alemã caiu 1,52% e o FTSE-100, da bolsa inglesa, 0,67%, o índice S&P 500, da bolsa norte-americana, depois de atingir nova máxima, subiu 1,53% e o Nikkey 225, da bolsa japonesa 1,19%.
Em relação à economia brasileira, dos indicadores parciais de inflação, o IPC-S subiu 0,36% na última medição de novembro, após alta de 0,32% na terceira. Já o IPC-Fipe, que apresentou alta de 0,32% na terceira medição de outubro, teve alta de 0,29% na última quadrissemana de novembro.
Já o IGP-M, a inflação do aluguel, avançou 0,52% em novembro, após subir 0,20% em outubro, principalmente devido aos aumentos dos preços dos transportes, com destaque para a gasolina.
Em relação à atividade econômica, o IBGE informou que o PIB do Brasil avançou 0,1% no terceiro trimestre em relação ao anterior, com destaque para a recuperação dos investimentos que subiram 1,6%, após 15 trimestres seguidos em queda.
Para a bolsa brasileira, foi uma semana de queda, com o Ibovespa recuando 2,55%, mas ainda acumulando alta de 19,99% no ano e de 19,81% em doze meses. O dólar, por sua vez, subiu 1,04%, levando a alta no ano para 0,14%. O IMA-B Total, por sua vez, caiu 0,59% na semana, acumulando alta no ano de 11,95%.
Comentário Focus
No Relatório Focus recém-divulgado, a média dos economistas que militam no mercado financeiro estimou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subirá 3,03% em 2017, frente a 3,06% na semana anterior. Para 2018 a estimativa é que suba 4,02%, como na semana anterior.
Para a taxa Selic, o relatório informou que, para o fim de 2017, a média das expectativas situou-se em 7%, como na pesquisa anterior e para o final de 2018 também em 7%, como na última pesquisa.
Já para o desempenho da economia previsto para este ano, o mercado estimou a evolução do PIB em 0,89%, frente a 0,73% na semana anterior e para 2018 elevou de 2,58% para 2,60%.
Para a taxa de câmbio, a pesquisa mostrou que a cotação da moeda americana estará em R$ 3,25, no fim de 2017, como na pesquisa anterior e para o final do próximo ano em R$ 3,30, também como no último relatório.
Para o Investimento Estrangeiro Direto, as expectativas são de um ingresso de US$ 78 bilhões em 2017, frente a US$ 80 bilhões na pesquisa anterior. Para 2018, as estimativas foram mantidas em um ingresso de US$ 80 bilhões.
Perspectiva
Nesta semana, na zona do euro, teremos a divulgação das vendas no varejo em outubro, do PMI composto de novembro e de nova revisão do PIB do terceiro trimestre.
Nos EUA, teremos a divulgação do relatório de emprego em novembro e das encomendas à indústria em outubro.
No Brasil, além dos resultados parciais da inflação, teremos a última reunião do Copom em 2017 e a divulgação do IPCA de novembro.
No exterior as atenções estarão voltadas para os dados de emprego nos EUA e no Brasil para a taxa de inflação de novembro, além do direcionamento da taxa Selic que será decidido na reunião do Copom em 6 de dezembro. O mercado estima que haverá uma redução de 0,5 p.p., embora com as dúvidas que permanecem sobre a aprovação da reforma da Previdência, uma decisão mais conservadora não seria surpreendente.
Quanto às aplicações financeiras dos RPPS, por conta dos ganhos já obtidos com os investimentos em fundos e títulos de prazo mais longo e com as dificuldades na continuação da aprovação das reformas econômicas, recomendamos uma exposição ao vértice de longo prazo, representado pelo IMA-B Total em 15%. E consideramos de 10%, a exposição em fundos de investimento em títulos públicos que possuem a gestão do duration, produto a ser acompanhado com a maior atenção.
Para os vértices médios (IMA-B 5, IDkA 2A e IRF-M Total) a nossa recomendação é de uma exposição de 15%. Já para os vértices de curto prazo, representados pelos fundos DI, pelos referenciados no IRFM-1 e pelos CDB’s a alocação sugerida é de 30%. Lembramos que para evitar o desenquadramento aos limites da Resolução CMN nº 4.604/2017, o percentual máximo de alocação em fundos DI passa a ser de 40%.
Permanece a recomendação de que, com a devida cautela e respeitados os limites das políticas de investimento e as exigências da nova resolução editada pelo CMN, é oportuna a avaliação de aplicações em produtos que envolvam a exposição ao risco de crédito (FIDC e FI Crédito Privado, por exemplo), em detrimento das alocações em vértices mais longos.
Quanto à renda variável, continuamos a recomendar a exposição máxima de 30%, por conta da crescente melhoria das expectativas com a atividade econômica no próximo ano, que deverá refletir em um melhor comportamento dos lucros das empresas e, portanto, da Bolsa de Valores. Assim, já incluídas as alocações em fundos multimercado (10%) que com a nova resolução ficaram maiores, continua a mesma em fundos de participações – FIP (5%) e em fundos imobiliários FII (5%), sendo que a alocação em ações, com o novo perfil dos fundos multimercado passou a ser de 10%.
Por fim, cabe lembrarmos que as aplicações em renda fixa, por ensejarem o rendimento do capital investido, devem contemplar o curto, o médio e o longo prazo, conforme as possibilidades ou necessidades dos investidores. Já as realizadas em renda variável, que ensejam o ganho de capital, as expectativas de retorno devem ser direcionadas efetivamente para o longo prazo.